terça-feira, 28 de dezembro de 2010


     Quando ganhamos esse ursão (Puff), pensei numa maneira de logo me "livrar" dele (rsrsrsrsrsrsr), pensando no espaço que ele ocuparia e ainda na inserção de um produto comercial (tá bom, as vezes as ideologias me perseguem! hehehehe), mas não é que os bebês adoraram!!!!!
     Lugar para sentar, escalar, dormir! Quando alguém procurava o ursão era porque o soninho estava batendo, ou então, precisava de um carinho.
     Já pararam pra pensar em quantos sinais os bebês nos dão? Só eles para tornar uma jornada de quase 12 horas diárias em momentos leves e descontraídos!!!!



     Acho que é o primeiro objeto que colocamos na sala do Berçário. Com um ganchinho penduramos um extensor no forro da sala e na sua ponta colocamos o bambolê, de maneira que ele toque o chão. 
     Quando são mais novinhos e começam a engatinhar, os bebês observam apenas o movimento, mas conforme crescem e começam a andar, os desafios vão aumentando.... Passam por dentro, colocam na cintura enfim... Trabalhamos noção de espaço, lateralidade, causa e efeito além de instigarmos a curiosidade dos pequenos. Ah, também vale o educador algumas vezes fazer o movimento de mexer no bambolê, brincar com ele, já que as crianças também aprendem por imitação.
Mais um brinquedo desafiador....



      A primeira intenção era somente desafiá-los a carregar essa bambona, já que eles adoram as garrafas PET e também os garrafões de água (5 litros). Colocamos alguns materiais dentro dela para que fizesse barulho e selamos com papel e durex largo. 
      No entanto, os bebês preferiram fazer de conta que a bambona era um rolo de espuma!! Adoram ficar se equilibrando, sentindo o movimento e a sensação. Um ótimo desafio!
UM ANO DE CONQUISTAS PARA A SALA DO BERÇÁRIO 1
      Só quem trabalha em escola pública sabe o quanto esperamos por melhorias na estrutura física das salas.... Sempre sofremos com a precariedade do espaço e com criatividade sempre driblamos o que nos incomodava. 
     Se no começo do ano as paredes estavavam precisando de uma pintura e se estavam com o reboco caindo, lá íamos nós pintar, passar massa corrida, lixar parede. E isso acontecia todo inicio de ano... Em 2010 foi diferente, resolvemos esperar pela prefeitura, mas..... esperamos sentadas. Mobilizadas com a escola fizemos os investimentos de verbas em reformas mais duráveis e aos poucos as salas da Raio de Sol foram ficando mais bonitas. O B1 já em 2009 foi contemplado com a troca de piso (antes parque de madeira e agora um piso vinílico), agora em 2010 ganhamos a reforam das paredes (com cerâmica por causa da umidade), uma boa pintura (claro que ainda fomos nós as educadoras que colocamos a mão na massa! Mas até que gostamos!) e ainda um "puxadinho"  na frente da sala para que os bebês tenham acesso à rua, sem ter que ficar tanto tempo dentro da sala. Terminamos o ano muito felizes!!!!!
ANTES
DEPOIS
Nosso puxadinho: aos poucos ele vai ficar lindo!
Agora no final do ano os bebês escolhiam se queriam ficar dentro ou fora da sala!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

JÁ VAMOS PARA O REFEITÓRIO!!!!

     No começo do ano fazemos nossas refeições dentro da sala do Berçário, por que nossos bebês são muito novinhos e ainda em adaptação. Mas depois de agosto começamos a ir até o refeitório! Aproveitamos que muitos já estão caminhando e assim conseguimos levá-los até lá com tranquilidade. Também passamos a deixá-los mais a vontade, segurar com mais autonomia a colher e experimentar de todas as formas a comida que está no prato (lembrando de que é muito importante as experimentações e sensações!).
     Quantas aprendizagens:
* autonomia
* pinça-fina, motricidade fina
* interação (convivem mais com as crianças das outras turmas)
* sensações (tem bebê que saí todo banhado de feijão e outros que mal sujam a boca)
* identidade (começam a demonstrar suas preferências)
* alimentação saudável!!!!
     Quanto à comida, nós educadoras do Berçário 1, temos como prática não misturar a comida no prato, deixando que a criança  (desde bebê!!!) possa conhecer os alimentos e saboreá-los separadamente. 
     Nossos bebês adoram pegar a carne e a salada na pontinha dos dedos!!! Uns amores...rsrsrsrsrsr

     Já ia esquecendo: Pensar sempre nesses momentos, torná-los não uma rotina massante. mas um momento prazeroso e também com desafios, oportunizando  novas experiências. Deixar que o bebê mostre onde está chegando (se quer comer sozinho, se quer um pouco mais de ajuda), estar atenta para todas as possibilidades desse momento. Os nossos bebês, por exemplo, adoram sair do refeitório caminhando ou engatinhando, gostam de entrar em contato com as outras crianças, e também adoram comer laranja após a refeição (seguindo o cardápio eles tomariam somente o suco da fruta, mas eles nos apontaram a vontade de também provar a laranja... e assim o fazem quase sempre...).

domingo, 31 de outubro de 2010

Momentos que me remetem à música/poesia...

"Todo ser seria
  Todo rio riria
  Toda flor folia
Abajour pra escuridão

Toda brincadeira começa com alegria
Mas o sino do almoço troca o riso por feijão

Quero mais careta no retrato
Quero mais folia no meu quarto
Quero mais careta no retrato
Quero mais folia no meu quarto"


 Trecho da música "Folia no meu quarto", 
de Fernando Anitelli e Nô Stopa 
(O Teatro Mágico)
Numa manhã ensolarada de inverno!!!       


OS DIREITOS DAS CRIANÇAS

Ruth Rocha

Toda criança do mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida
Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.
Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os diretos das crianças
Todos tem de respeitar.
Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.
Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...
Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.
Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.
Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!
Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!
Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.
Um passeio de canoa,
Pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa...
Contar estrelas no céu...
Ficar lendo revistinha,
Um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha,
Um bom dum cahorro-quente.
Festejar o aniversário,
Com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos,
Dar pulos no colchão.
Livros com muita figura,
Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de aventura...
Alguém para querer bem...
Festinha de São João,
Com fogueira e com bombinha,
Pé-de-moleque e rojão,
Com quadrilha e bandeirinha.
Andar debaixo da chuva,
Ouvir música e dançar.
Ver carreiro de saúva,
Sentir o cheiro do mar.
Pisar descalça no barro,
Comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro,
Noite de muito luar.
Ter tempo pra fazer nada,
Ter quem penteie os cabelos,
Ficar um tempo calada...
Falar pelos cotovelos.
E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.
Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito de ser feliz!

E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.
Uma caminha macia,
Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita,
Então, dormir e sonhar...
Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito a ser feliz!
  BALÕES TRANSPARENTES

     Certa manhã, pegamos umas bolinhas de gel (aquelas que incham na água e as pessoas utilizam em vasos de flores) e colocamos dentro de balões transparentes. Os bebês adoraram!!! As bolinhas fazem um barulinho "gostoso" e a transparência do balão balão aguça a curiosidade dos pequenos. O que  será que eles estavam a pensar????????
"Ai, ai, se essas bolinhas estivessem nas minhas mãos..."

Tem dias que a Marlene e a Stéfane simplesmente não param de criar desafios para os bebês, logo colocamos um monte de bolinhas de gel dentro do balão e amarramos (sem encher mesmo). Esse é um ótimo brinquedo para o exercício da manipulação e da motricidade fina.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

IV SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO INFANTIL RAIO DE SOL

Não é por nada, mas estava muito bom! Eu estava ansiosa, porque no final teria que apresentar também , mas curti tudo. Reencontrar colegas (de faculdade, de curso, do NUPE), conhecer gente nova (as meninas de Gravataí compareceram!), enfim...
Vou deixar algumas fotinhos do evento e lembrar que já estamos pensando no próximo para o ano que vem!!!!


Pessoal conferindo a exposição com os trabalhos das nossas turmas

Últimos ajustes nas apresentações: Grazi, Marisete e Amábile
Palestrante Marilene Castro organizando seu material

Integração com o Grupo de dança "Bah Tchê  o pé"

terça-feira, 22 de junho de 2010

IV SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO INFANTIL RAIO DE SOL
Linguagens Expressivas na Educação Infantil


Então é isso pessoal! Mais um Seminário da nossa escola aberto para os educadores da região! Escrevam-se o mais rápido possível, são 300 vagas!!!

Data: 17 de julho de 2010 (sábado)
Local: Casa de Cultura Lufredina Araújo Gaya
Rua Padre Felipe, n° 900 - Centro/Esteio

Programação:
8 h - Credenciamento
8 h  e 30 min - Abertura Oficial: Coro Municipal de Esteio
9 h- Palestra "Múltiplas Linguagens na Educação Infantil"
Ministrante: Prof. Dr. Gilson Ameida Pereira
11h30 min - Almoço
13 h - Apresentação do grupo de Dança "Bah tchê o pé"
13h 30 min - Palestra "A criança de 0 a 5 anos - Sugestões de manejo, jogos e atividades para estimular a linguagem"
Ministrante: Marilene Costa de Castro
15 h 45 min - Palestra "Escutando com outros olhos: Relatos de uma prática com bebês"
Ministrante: Professora Marisete Schmidt
17 h - Encerramento e entrega de certificados
* Valor de RS 5,00 pagos no ato da inscrição para a emissão do certificado.
*Certificado de 10 horas
Telefone para contato: 51  3473 2121

domingo, 30 de maio de 2010

ÚLTIMAS NOTICIAS

*Neste mês estaremos participando das formações de Berçários e Jardins das escolas municipais e conveniadas do municipio de Gravataí. Fomos convidadas após uma visita que as meninas da secretária de Educação nos fizeram, lembrando que elas conheceram a escola primeiramente pelo blog! Fiquei muito feliz! É bom fazermos essas partilhas, essas buscas em outros lugares...Tenho certeza que também aprenderei bastante com essa formação e com certeza vamos manter uma parceria muito legal! Quem sabe um grupo de Estudos Inter Municipal?????????
*Nesta segunda-feira dia 02/06 estarei fazendo um relato da prática com o Berçário para um grupo de um curso de extensão da UFRGS/FACED, o curso está sendo ministrado pelo Doutorando Rodrigo Saballa (que também espiou o blog e nos fez o convite). Tenho certeza que vai ser muito bom! A colega Sabrina Mass faz parte desse grupo e tenho que registrar o quanto orgulhosa ela fica de falar que fez parte do Berçário da Raio de Sol e de contar todas as experiências que vivenciamos juntas, a última dela foi colocar no orkut a seguinte frase: 
"Depois de Reggio Emilia só vai dar Raio de Sol!!!!"
*E não menos importante, a última informação: Estou cursndo a ESPECIALIZAÇÃO! Uhhhhhhh!!!!!Então preparam-se para muitas teorias e descobertas porque agora só vou estudar a infância e a educação infantil!!!!
Até mais!
Tanta coisa pra falar......Vamos pelo começo:

Ciclo de Palestras sobre bebês do Colégio Santa Inês - Porto Alegre

Nós participamos pela primeira vez e adoramos! Quanta coisa vivenciamos nas poucas horas em que estivemos naquele espaço....
A primeira palestra foi proferida pela professora Maria Carmem Barbosa e falou sobre o currículo para crianças pequenas (não esqueçam de acessar os documentos na página do MEC), eis algumas pinceladas:
*O currículo precisa estar envolvido com os entusiasmos de cada um e profundamente ancorados aos percursos de vida (GOODSON, 2008).
*Aprendizagem através da prática: cuidados de higiene, alimentação, sono, carinho.
*O currículo emerge permeado pela vida, nos encontros com os colegas.
*Na infância as linguagens são aprendidas nas ações materiais e simbólicas significativas.
Também tivemos  palestras sobre Winnicott (não deixem de pesquisá-lo), outra sobre educação e saúde, e uma última sobre a linguagem dos bebês (0 a 3 anos) com a fono Marilene Castro.
Sobre essa última vou me permitir não falar nada no momento, já que ela vai participar do 4º Seminário de Educação Infantil da EMEI Raio de Sol, então vou fazer mistério. Só adianto: Ela é show!
Já ia esquecendo da oficina sobre o Cesto dos Tesouros e da visita ao espaço do Berçário da escola, nesse momento eu e minhas colegas enlouquecemos.... Um ambiente lindo, com certeza oportunizador de muitas experiências!
Saímos desse encontro cheias de planos... Em virtude disso, repensamos o Livro do Bebê (muitos chamam de portifólio) e mais tarde posto essa experiências aqui, o cesto dos tesouros, entre outras tantas coisas.... Mas bueno, adiante que ainda tenho muito pra falar!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ANO DE 2010
BERÇÁRIO 1
A SALA MÁGICA


     Então colegas, voltaremos a divulgar nossas ações com a turma de Berçário 1 da nossa escola. Vamos trazer novamente os materiais que temos como apoio na sala, as atividades, as reflexões, as angústias, enfim.... Peço também que vocês troquem conosco (às vezes nos sentimos sozinhas!!!!), deixem comentários, dêem sugestões!
     Vou deixando aqui um pouquinho do nosso começo de ano, notem que na fotos percebem-se olhares meio chorosos, já que acabamos de passar pelo nosso período de adaptação ....

Nossa sala

Nossa parceira do descanso e do soninho ( a rede)

 A calça pedagógica

Um cantinho com uma cortina de fitas (brincadeiras de esconde-esconde, percepção tátil, movimentos, etc)

ÚLTIMAS FOTINHOS DA TURMA DE 2009!

Já estava começando a escrever sobre nossa turma desse ano, mas daí vi essas fotinhas e não resisti!

Pntura da parede de azulejos






Balão supresa pendurado no teto
(nem me perguntem o que a Luísa e a Stéfane colocaram dentro - rsrsrsrsrsrs)

sábado, 2 de janeiro de 2010



A colega Luíza adora O Teatro Mágico, e levada por ela conheci esse grupo pela net e agora viciei! São simplesmente maravilhosos!
Esse é um convite para conhecerem as músicas do O Teatro Mágico (banda que une música, poesia, e arte circense).
Os bebês da Raio de Sol, vão se deliciar com as músicas desse grupo! Músicas para descansar, para brincar, para dormir e para dramatizar!
Vamos lá, todo mundo conhecendo um pouquinho desse grupo maravilhoso!


Abraços e antes que esqueça um bom 2010 para todos nós!!!!!!!!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010



O QUE OS TEÓRICOS FALAM SOBRE OS BEBÊS?


A grande maioria das profissionais envolvidas com as turmas de Berçário reclama da pouca fundamentação teórica existente, das poucas atividades e possibilidades de brincadeiras para realizar no dia-a-dia da creche. Nos últimos anos tivemos muitas contribuições nos estudos à cerca dessa faixa etária, mas é possível encontrarmos muito a respeito do que fazer com bebês em três grandes teóricos: Piaget, Vygotsky e Wallon.
Então o que dizem os teóricos sobre a faixa etária de 0 à 2 anos? Para essa resposta vou me basear principalmente nas anotações que realizei durante a segunda formação continuada das turmas de Berçário da cidade de Esteio/RS realizada no ano de 2008.
Começo essa fundamentação teórica sobre o trabalho com bebês com o estudioso Henri Wallon (1872-1962). Para Wallon a emoção é o principal mediador das relações da criança com o meio e ela se desenvolve pelo conflito. Na teoria de Wallon (apud GALVÃO, p. 60) o bebê pouco a pouco vai estabelecendo um contato mais intimo com o que o cerca, dando correspondência a seus atos, passando também pelos estágios de desenvolvimento que são diferenciados e caracterizados por necessidades e interesses específicos da criança.
No estágio impulsivo-emocional, o bebê reage às sensações através de descargas musculares e movimentos descordenados. Quando esses movimentos despertados pelas sensações vão sendo identificados pelos adultos é que o bebê começa a se desenvolver, há um elo de comunicação do bebê com o meio, constituindo novas formas de pensamento. Por isso, a importância na qualidade das interações que são oferecidas aos bebês.
Ainda na faixa etária de 0 à 2 anos, temos o estágio sensório-motor em que acontece a manipulação de objetos através da boca e isso por que, na verdade, a boca se constitui como o único local que possui movimentos coordenados. Enquanto leva os objetos à boca o bebê também começa a coordenar os movimentos das mãos e dos braços. Essa manipulação de objetos vai ser facilitada pela marcha (primeiros passos) e pelo inicio da fala.
Wallon também fala sobre a importância da criança se apropriar do espaço em que está inserida e de como o espaço infantil (no nosso caso a escola, a sala de aula) deve ser para a criança um campo de atividades que vão sendo ampliadas. Assim, “os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do desenvolvimento (GALVÂO, 1995, p. 39). Antes de trazer um pouco do estudo de Vygotsky (1897-1934), penso ser importante mencionar que o interesse dele no estudo da infância, se deve ao fato de querer comprovar que o desenvolvimento é socialmente constituído.
Para esse teórico, “desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social [...]” (VYGOTSKY, 1984, p. 33). Ele justifica assim, a importância da interação do adulto com a criança, levando-a a significar culturalmente o meio em que está inserido, sempre se desenvolvendo através das mediações e interações do outro.
Vigotsky trás na sua teoria o conceito de zona de desenvolvimento real que se caracteriza pelas etapas já alcançadas pela criança, sendo aquilo que ela já sabe e a partir disso, nos chama a atenção para trabalharmos na zona de desenvolvimento proximal ou potencial da criança, definindo esse conceito como as funções que ainda não foram alcançadas ou que são realizadas com a ajuda do outro.
Justifica-se aí a intencionalidade das salas com desafios planejados, criados de acordo com a zona de desenvolvimento real dos bebês, mas com vistas para o que ainda poderão alcançar e amadurecer. É na zona de desenvolvimento proximal que deve ocorrer a intervenção pedagógica e as interações do bebê com o educador e com o ambiente.
Vygotsky acredita no desenvolvimento da aprendizagem através da interação e da imitação. Para esse pesquisador, ” imitar não é uma mera cópia do modelo, mas uma reconstrução individual do que é observado nos outros”(OLIVEIRA, 1993, p. 63). A imitação aparece como uma possibilidade de se reconstruir o que se percebe externamente. Assim, a imitação se relaciona com o processo de desenvolvimento proximal quando, por exemplo, um bebê (após constante interação com o adulto cuidador) imita seus atos, ou os chamados jogos gestuais (dar beijinho, fazer careta, barulhos com a boca). A imitação permite à criança que ela supere suas capacidades, porém ela avança só o que lhe permite seu nível de desenvolvimento, possibilitando compreender o outro e o ambiente.
O último teórico que trago é Jean Piaget (1896-1980), que no trabalho a ser realizado com bebês fala sobre o estágio sensório-motor que ocorre mais ou menos do zero aos 2 anos. Nesse estágio as percepções são marcadas não pela representação do objeto, mas sim sobre a ação direta da criança sobre ele. As interações que ocorrem entre o bebê e um objeto é uma maneira de explorar, tentar conhecer, comparar com outros esquemas já conhecidos também através da manipulação.
Piaget também trás alguns conceitos que devem ser colocados como intencionalidades ou habilidades a serem desenvolvidas com bebês. A noção de objeto permanente, ou seja, o bebê não está convencido de que quando um objeto desaparece diante dele, pode encontrá-lo de novo. São as interações, brincadeiras (lembram da brincadeira do paninho?) e conversas que o ajudarão a ter essa percepção.
É também no estágio sensório motor que temos a possibilidade do começo do trabalho com as idéias de espaço (materiais e corporais), tempo (duração e sucessão de eventos), causalidade (relação que une a causa a seu efeito – apagar e desligar a luz é uma ótima descoberta!) e de reversibilidade (tem a possibilidade de retornar).
Sabendo dessas teorias, e trazendo-as para dentro do espaço da sala de aula através de ações, materiais e interações, estaremos contemplando o bebê enquanto aluno e enquanto sujeito ativo do seu conhecimento.


 Não esqueçam: Ao copiar mantenham os créditos!
Esse texto é parte do meu TCC.